Quando o correr da vida aperta
e o mundo parece tropeçar nos meus passos,
eu caminho com pressa,
segurando o choro na beira dos cílios,
como quem segura o céu para não desabar.
Sinto tudo.
Sinto nada.
Sou um mar em tempestade contida,
um eco de mim vagando por entre obrigações
que não esperam meu fôlego.
As responsabilidades me olham com olhos duros,
me cobram presença, resposta, maturidade —
mas meu peito só clama por um abrigo
onde eu possa chorar sem pressa,
sem plateia, sem medo.
Quero chegar em casa
e me desfazer das armaduras,
ser carne, ser lágrima, ser silêncio.
Quero apenas ser.
Sem precisar ter.
Sem precisar vencer.
Porque às vezes,
sobreviver já é o maior dos poemas.
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Autor:
Metamorfose (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 29 de abril de 2025 22:08
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
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