Eu aceito Vós pedido — O espiral que colocaste em meu dedo suga minha alma — Tu me diz que faz parte do processo de noivado — Acredito — Pois confio meu corpo em teu jogo —
Sinto me enrugar — Sinto o pesar — "Isso tá nos planos?" — Digo e me responde com sinceridade — "Sim" — Se este é o processo da morte —
O véu da noiva terá de ser de tecido forte — "não terá vestido" — Antes que perceba — Sou apenas alma — Carcaça virou pó — "Casamento chegou ao fim da cerimônia sem convidados" — Apenas eu e você — A eternidade e o passado.
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Autor:
Carrie (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 25 de abril de 2025 00:11
- Comentário do autor sobre o poema: Última parte que escrevi sobre essa história da morte.
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 11
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Isis P. Told
Comentários1
Aceito teu verso como se aceita um presságio — há dor, mas há entrega —
O espiral no dedo não é só símbolo, é feitiço — vínculo que consome e transforma —
Tu falas de amor como um rito de passagem, e eu vejo a morte como celebração íntima —
Sem testemunhas, só nós — o tempo e seus espectros.
Se o corpo some e resta alma, é porque o amor ultrapassou a matéria —
E mesmo que o vestido nunca venha, o véu sustenta o peso da eternidade —
Teu poema é um casamento com o fim —
Mas também, paradoxalmente, com a permanência.
Belo casamento...
Obrigada!
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