Casamento com a morte (Pt. 4)

Carrietta

Eu aceito Vós pedido — O espiral que colocaste em meu dedo suga minha alma — Tu me diz que faz parte do processo de noivado — Acredito — Pois confio meu corpo em teu jogo —

Sinto me enrugar — Sinto o pesar — "Isso tá nos planos?" — Digo e me responde com sinceridade — "Sim" — Se este é o processo da morte —

O véu da noiva terá de ser de tecido forte — "não terá vestido" — Antes que perceba — Sou apenas alma — Carcaça virou pó — "Casamento chegou ao fim da cerimônia sem convidados" — Apenas eu e você — A eternidade e o passado.

 

 

 

  • Autor: Carrie (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de abril de 2025 00:11
  • Comentário do autor sobre o poema: Última parte que escrevi sobre essa história da morte.
  • Categoria: Gótico
  • Visualizações: 11
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Isis P. Told
Comentários +

Comentários1

  • Melancolia...

    Aceito teu verso como se aceita um presságio — há dor, mas há entrega —
    O espiral no dedo não é só símbolo, é feitiço — vínculo que consome e transforma —
    Tu falas de amor como um rito de passagem, e eu vejo a morte como celebração íntima —
    Sem testemunhas, só nós — o tempo e seus espectros.

    Se o corpo some e resta alma, é porque o amor ultrapassou a matéria —
    E mesmo que o vestido nunca venha, o véu sustenta o peso da eternidade —
    Teu poema é um casamento com o fim —
    Mas também, paradoxalmente, com a permanência.

    Belo casamento...

    • Carrietta

      Obrigada!



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