CÂNTICO DA PALAVRA QUE FLORESCE

Sezar Kosta

Senhor, fazei de meus amigos poetas instrumentos de Vossa Palavra. 

Que onde houver silêncio, levem verso, 

Onde houver dureza, rima doce, 

Onde houver sombra, metáfora que clareia.

 

Ó Criador de todas as criaturas, que dais canto ao passarinho e perfume à flor: 

dai-lhes também o dom da linguagem que consola, 

a pena que se curva em humildade, 

e o verbo que não fere, mas cura.

 

Fazei que não busquem ser aclamados, mas aclamarem a Beleza. 

Que não se exaltem, mas exaltem o Bem. 

Que sua escrita cante como o vento nas árvores 

e seu silêncio seja prece.

 

Louvado sejas, meu Senhor, 

pela inspiração que brota como nascente, 

pelos poetas que caminham descalços na alma do mundo, 

e por cada palavra que, escrita com amor, Vos glorifica.

 

Amém.

 

  • Autor: Sezar Kosta (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de abril de 2025 17:23
  • Comentário do autor sobre o poema: Sabe quando a alma resolve sair pra passear e acaba tropeçando numa luz? Foi mais ou menos assim que nasceu essa prece. Estava contemplando o silêncio (aquele que faz eco por dentro) e, de repente, as palavras começaram a florescer como se tivessem raízes invisíveis. Esse “Cântico da Palavra que Floresce” é minha forma de agradecer aos poetas que semeiam beleza onde o mundo esqueceu de plantar. Se esse texto tocou alguma pedrinha do seu caminho interior, me conta aqui nos comentários — gosto de ouvir os ecos que as palavras causam por aí.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 27
  • Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Melancolia...
Comentários +

Comentários2

  • Melancolia...

    Mais que linda oração...
    Quanta humildade e leveza...
    Senti no profundo da alma e fiz dela a minha oração matinal...
    Tens o dom de atingir o coração .

    Abraços.

  • Maria dorta

    Tuas palavras poéticas são preces pairando no universo de cada pessoa que tem a graça de te ler!Que talento poético habita teu universo interior,! De teu universo poético gotejam talento que nos mata a sede de beleza.



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