O velho está sentado no banco da praça alimentando os pombos
Olhando para a menina que passa com seu shortinho curto
Ele relembra a sua juventude com orgulho e extravagância
Mas a menina ri dele, demonstrando desprezo e arrogância
Mal sabe ela que um dia ele foi um jovem muito cobiçado
Lindas mulheres caíam aos seus pés e pelos homens era admirado
Agora ele compartilha com os pombos suas memórias do passado
O rosto marcado pelas rugas e no peito um coração aliviado
Ele se curva com dificuldade tentando apanhar uma flor
Pretendia oferecê-la à menina num gesto de cavalheirismo
Mas ela o ignora, demonstrando toda sua frieza e egoísmo
Naquele momento o velho sentiu o gosto amargo da finitude
Mas os pombos se aproximaram e com suas asas o consolaram
E o velho novamente se lembrou da sua gloriosa juventude
Pobre menina debochada com seu shortinho degradante
Rejeitou uma linda flor por ser vaidosa e intolerante
Mas os pombos agradecidos retribuem de forma emocionante
O afeto e o carinho daquele velho tosco e repugnante
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Autor:
Pacificador (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 17 de abril de 2025 11:35
- Comentário do autor sobre o poema: A juventude, a velhice, o ego, a gentileza, a natureza...,tudo se mistura, tudo se desvanece.
- Categoria: Conto
- Visualizações: 8
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