Uma música qualquer preenche o ambiente,
mas meu mundo silencia quando você está por perto.
Me posiciono num canto qualquer, como quem não quer nada,
mas cada célula minha se curva à sua presença.
Disfarço.
E, enquanto fingo distração, descrevo em pensamento
o abismo de beleza que se abre diante de mim.
O modo como teu corpo se molda ao movimento,
como seus olhos buscam o espelho,
como suas mãos tocam os pesos…
é quase um balé disfarçado de força.
E eu, espectador secreto, me perco em ti.
Teu pescoço se contrai em esforço —
e meu desejo seria repousar os lábios ali,
sentir teu pulso, tua pele, tua essência.
Mas desvio os olhos, tentando não ser notado,
e me pergunto a Deus:
por que essa mulher me fascina tanto assim?
Levanto, disfarço, finjo indiferença.
Mas por dentro, uma tormenta.
Quero manter meus olhos em ti, nas tuas curvas que dançam,
na poesia que habita teu andar,
nos seios que não ouso descrever,
mas que invadem meu pensamento com a fúria da beleza.
Até sua respiração eu percebo.
Seu queixo me hipnotiza.
O jeito que segura o cotovelo,
as expressões que brotam no esforço —
há arte em cada gesto teu,
como se Deus tivesse pintado você em câmera lenta.
Queria que teus olhos vissem
o que os meus enxergam:
uma obra-prima escondida no cotidiano.
Talvez meu pecado seja desejar esse anjo
e não queimar os desejos que me consomem.
Mas te ver — mesmo de longe —
me mantém vivo…
e inexplicavelmente feliz.
Você passa por mim.
E meu olhar acompanha, em silêncio,
o ritmo encantado do teu quadril,
o arrepio que me invade
ao ver esse short moldar o que já é escultura.
Você se despede.
Olha pra mim com a timidez de quem nem imagina o caos que causa.
E eu, nesse breve adeus,
queria parar o tempo.
Tocar teu rosto como toquei.
Sentir tua mão pequena no meu ombro,
como quem acalma uma fera.
E teu cheiro… ah, teu cheiro…
não é perfume. É tua alma em fragrância.
É o mesmo aroma que já senti antes,
como se o destino brincasse de memória comigo.
Queria te cheirar inteira.
Da nuca às costas,
como um lobo que reconhece a fêmea pelo instinto.
É um turbilhão de sentimentos sem nome.
Meu corpo treme, silencioso.
A perna contrai, tentando conter o universo.
E posso dizer, entre suspiros:
minha fra
queza mais linda…
é você.
Do seu admirador nada secreto,
Freddie Seixas
-
Autor:
Freddie Seixas (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 12 de abril de 2025 19:39
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Feiticeira
Comentários3
Nossa emocionante, quente e fascinante. SZ.
Brabo
Gostei!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.