Alô? É dos bombeiros? Há um incêndio acontecendo dentro da minha cabeça
Madeiras ruindo, cheiro de fuligem no ar
O carro continua andando, enquanto a querosene chamusca
Você não me viu falar, o incêndio continuava no meu coração
Passei noites no frio, me aquecendo por necessidade
Quase uma insanidade, fazer a mesma coisa esperando algo mudar
Aves a pairar, procurando onde podem repousar
Não há lugar para nós, não aqui, não lá
Eu tinha o sol no meu bolso, mas tive medo de reclamarem por brilhar demais
Olhos invejosos, sim, eu os vi, olhos melosos, sim, eu também os vi
Mas, você vê os meus? Você os vê queimando por dentro?
Ou apenas olhos negros semi cerrados?
Jogue fora os fósforos, não há tempo para queimar velas
Queimando o ferro para estancar meu sangue derramado
Que as cicatrizes virem cinzas, que o carvão as consuma
Para que quando me olharem, eu já não esteja mais ali
Sou o típico cara que não vai falar, apenas observar, fazer parte do cenário
Criando incêndios, borbulhando tudo dentro da água, até todas as palavras serem ditas...haverá um incêndio...
Comentários1
OI! Você tira tantas palavras de uma situação. GOSTEI!
Muito obrigado por ler, Drica 🙂
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