QUÍMICA ALADA

Mediante ao clima melancólico de uma cidade banhada em choramingos,
Ultrapassando todos os seus bramidos e caos organizado,
Vive-se em consonância uma breve paixão de domingo;
Acalorada com o aperto emocional de um ingênuo casal traumatizado.

As janelas se fecham, e os ruídos externos cessados amenizam sua psicose.
Dependia deles a criação de algo mais duradouro e radiante?
Sem desculpas, sem mentiras, sem enganos e neurose,
Apenas consagrando as mordomias de um belo amor esfuziante?

Na sacada daquele lar senil, o casal discutia seu lindo e próspero futuro.
Tão inocentes... pouco sabem da ilusão que acabara de manter sua chegada.
Porque dentre todas as reações existentes naquele momento de regozijo obscuro,
Uma doença perversa tomava conta do coração da garota embusteada.

Denominada de “O Amor”, é algo tão profundo e angustiante,
Que faz até o mais são de todos os seres perder a cabeça e cometer ‘loucura.
Um pássaro seria capaz de sobrevoar um vulcão para coletar a mais bela rosa selvagem e entregá-la à sua parceira, entusiasmante.
Uma simples garota seria capaz de largar todos os seus sonhos para usufruir do prazer momentâneo que o simples garoto procura.

Infelizmente nós sabemos que isso é apenas um conto de fadas,
E o amor ali presente, não passa de uma severa fantasmagoria.
O tempo corre, e o que um dia foi chamado de amor, advém a se chamar de dor. Feridas provocadas.
Um coração partido e um outro intacto provém daquele aglomerado de disforia...

Pois o garoto nada sentia.
E aquela pobre menina, depois de toda a decepção,
Adentra a mais profunda amargura amorosa de sua vida,
E cai no agourento poço da solidão.