Quando criança,
ganhei uma caixa de lápis de cor.
Determinada a pintar o sucesso,
meus papéis sangravam em dor.
Aos poucos, fui descobrindo
que a vida é uma escada com espinhos.
O erro não estava nos lápis,
nem nos papéis ou na minha ambição:
pra “viver”, eu deveria me adequar
ao sistema mesquinho — sem opção.
Esquecer sorrisos,
esquecer o meu próprio coração.
Não almejar paraísos…
o suficiente é arroz e feijão.
E agora que cresci,
meus lápis jazem na gaveta, calados.
Minha arte virou fardo,
meu riso virou eco no asfalto.
Aprendi a sorrir com os dentes,
e a morrer pelas beiradas.
A rotina come meus sonhos em silêncio,
e a esperança… bem, essa já foi dobrada e guardada.
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Autor:
Sirukyps (
Offline)
- Publicado: 6 de abril de 2025 22:49
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
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