Caiu.
No céu, um suspiro denso,
um sussurro molhado dançando no vento.
A terra, sedenta, abriu os braços,
e recebeu o que esperava há tanto tempo.
Para uns, foi festa.
O cheiro da terra beijando a água,
o riso de quem corre sem medo,
as poças refletindo o sol que virá.
Um amor inesperado,
um desejo escondido que se fez tempestade.
Para outros, foi luto.
As gotas, navalhas frias sobre a pele,
o trovão, um grito que ecoa o vazio,
a enxurrada levando memórias,
apagando pegadas que nunca mais voltam.
A chuva veio.
Tão aguardada, tão temida.
Para alguns, renascimento.
Para outros, despedida.
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Autor:
Freddie Seixas (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 3 de abril de 2025 16:36
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 147
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Drica, Feiticeira, Luana Silvaz, Poeta anônima
Comentários4
Uma despedida bem melancólica...
Muito!
Gostei! Que bonito e poético. "Navalhas frias"
Cortantes como o gelo!
Belo poema. Águas salvam, Águas afogam e destroem. Como o sentimento de quem ama e não
é amado. Aplausos!
Obrigado pela sensibilidade ao ler esse poema!
Tão belo e tão profundo.....as vezes doí viver nesse mundo....é tudo tão bonito e tão triste...tudo tão alegre e tão melancólico....
Parabéns....suas palavras me tocaram....continue a escrever...e muito obrigada
Obrigado pelo incentivo!
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