Vou-me embora, passos largos,
para um lugar onde alguém me queira
e que haja lá um lugar com areia
onde vou construir os castelos que não fiz,
e que os quis a vida inteira.
Vou levar um canivete de lâmina afiada,
para cascar as laranjas de pés plantados à meia,
com vizinhos que jamais verei, nem que queira,
só os quero a cuidar das laranjeiras.
Vou levar o meu cachorro, meu amigo,
vai me guardar da vida alheia.
Vou plantar uma pimenteira,
vai me proteger do mau-olhado,
de muita gente interesseira.
Lá vou ter a pinga da cabeça,
mas só de um gole me satisfarei,
de fotos vou levar a sua foto,
aquela guardada na carteira.
Nesse lugar, eu serei o rei,
e quem de mim discordar, não mais verei.
São poucas as coisa que levo,
as outras lá criarei.
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