Entre sonhos, devaneios e a realidade que enxergo:

noi soul

 


Chuva intensa desce sobre o corpo da terra
Atravessa
Nutre
Desmantela 
Sozinha, em casa, 
Debruço na janela
Espio o passarinho 
Sem pio
Sem choro
Sem vela
Lembro-me que foram anos
Muitas paisagens andei
Reflito o reflexo dos insanos
À medida do tempo que não sei
Nunca encontrei outra alma
Imprudente
Desatenta como eu 
Só posso rimar isto com calma
Ou seria negligente?
Eu pensei...
E penei!
Matutei 
E trabalhei! 
Nada sobrou entre os braços 
Tacanhos 
Tamanhos espaços
Nada restou das lembranças 
Tamanhas
E vãs esperanças
...
Olhei para o céu tão choroso
Não vi seus olhos 
As nuvens os encobriam 
E os meus corriam
Sobre a face caudalosa
Essa ternura amorosa
Do tempo passando
Eu nada fazendo
A vida gozando bem à minha frente 
Um espetáculo de dança 
Suas gotas penetrando a pele do chão 
Pedindo a benção 
Do corpo sedento 
Expurgando as máculas
Fixando raízes 
Deslocando raízes 
Tudo estava certo 
Até o motor de um carro me despertar...

 


noi soul

  • Autor: noi soul (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de março de 2025 17:59
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6


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