Lembro duma noite,
Sem vinho ou açoite.
Mamãe e eu aprumado
Pruma tchârtche.
Criancinha, eu era.
Mamãezinha me leva
Pra igrejinha na
Frente da casinha.
Sentamo juntinho
Núltimo banquinho.
Ofertinha, ofertinha,
Moedinha, moedinha.
N'ora da pregação,
Só palavrão
Qu'eu não entendia,
Mas sabia
Dum livro
Que se abria.
Uma pena qu'eu
Não o trazia.
Na leiturinha,
De forinha
Não quis ficar.
Puxei a mãezinha
De volta
Ao lar.
Pois sabia
D'onde se escondia
Um livro
Que se abria,
Mostrando,
Assim,
Palavrões e
Palavrinhas
A mim
Desconhecidas.
Escondido
Dentro da
Estantinha
Amarelinha,
Lá estava
O qu'eu
Tanto queria:
Um livrinho -
Que de 'inho'
Só passarinho
Alegrinho
No passinho
Azulzinho-
Marelinho
Pôde pintar -
Já ia voltar
Pra igrejinha na
Frente da casinha.
Mamãezinha segura
Minha mãozinha
Pra ruazinha
Atravessar.
Sentamo juntinho
Núltimo banquinho.
Agora, com
Meu livro,
Pude imitar
O que era dito.
Mesmo sem
Nada entendido,
Estava feliz
Por tê-lo trazido:
Livro livro
De capa azul
Carcomido
De traçazul
Já que nada
Rima com blue
Ao sul de
Istambul
Mora o velho
Traquelho
Chamado
Saul
Melhor
Chamá-lo
Pra tomar o
Remédio
Mini
Aurélio.
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Autor:
Lucas Guerreiro (
Offline)
- Publicado: 18 de março de 2025 12:50
- Comentário do autor sobre o poema: Fiquei em dúvidas sobre uma possível classificação. Acabei optando por enquadrá-lo em 'infantil' não por ser voltado a esse público, mas por ter uma temática e escrita que remete a esse gênero.
- Categoria: Infantil
- Visualizações: 4
- Usuários favoritos deste poema: Fabricio Zigante
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