Rara

Alexandre Heitor Carlini Mendes

Permeia entre mistério e sonho

Frescor que apenas suponho

Miragem que sedento persigo

Amor que me faz um mendigo

 

Pomo que Tântalo* ludibria

Sopro quente que café esfria

Rosto alvo segredos não revela

Só brilho e o olhar da estrela bela

 

Mesmo a vida não sendo tristeza

De que me adianta a Lua reter

Parecendo cada vez mais insossa

 

Se me inquieta e excita a certeza

Tanto quero o amor que posso ter

Quanto quero amor que ter não possa

 

* Mitologia grega: Tântalo foi condenado a ficar pendurado numa árvore cheia de frutos e com água pelo pescoço. Os frutos fugiam cada vez que ele tentava comê-los e a água baixava sempre que ele tentava beber.

 

Alexandre H C Mendes



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