Liberdade

Meu Eu

Minha Alma ao Teu Silêncio

Ó brisa da minha juventude,

Tu que dançaste nos campos verdes do meu coração,

Onde o sol era jovem e os dias não conheciam fim,

Escrevo-te agora, não com a tinta do desejo,

Mas com a luz suave de um amor que se curvou ao tempo.

Foste a canção que tremia em meus lábios,

O eco de risos que o vento carregou,

E em teus olhos vi o mar que não podia conter,

Um mar que me afogou e me ensinou a nadar.

Mas os anos, esses tecelões pacientes,

Trançaram nossos fios em tapeçarias distintas,

E o que foi chama tornou-se cinza doce,

Um calor que aquece, mas não mais consome.

Não te guardo em gaiolas de saudade,

Nem te chamo nas noites de sombras longas,

Pois o amor que te dei,

Como a semente que rompe a terra,

Cresceu além de mim, além de nós,

E agora floresce em silêncio,

Um jardim que visito, mas onde não moro.

Deixo-te ir, não com mãos trêmulas,

Mas com um sorriso que abraça o passado,

Como o rio que beija a pedra e segue seu curso.

Teu nome é uma melodia que não esqueço,

Mas que já não canto para me prender.

Vive em mim como a estrela vive no céu,

Distante, bela, livre — e eu, também, livre.

Que o vento te leve minhas palavras,

Não como um adeus que pesa,

Mas como uma oferenda de paz,

Pois te amo ainda,

Com o amor que não prende,

Que não pede,

Que apenas é 

Com a alma leve,

Eu, que já fui teu,

E agora sou meu.

  • Autor: Meu Eu (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de março de 2025 20:14
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


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