Do seio de onde vim
de onde lactei os minutos que fizeram
as horas dos dias dos meses do ano
da minha mais tenra infância
suguei este meu gosto em gostar
dos livros que minha mãe nunca leu
Da lactose adocicada no colo dos afetos
desbravei sinapses no engatinhar de mim
a explorar aquele enorme peito que me acolhia
e eu nele, aos poucos, fui me descobrindo
No degustar abrandado das ternuras
apalpei a textura macia das mamas
e conheci o tamanho das minhas mãos
Devo àquele seio distante na memória
onde as palavras não alcançam
o desabrochar de quem hoje sou
no esquecimento de quem ontem fui
Tenho saudades do seio
onde ficou meu primeiro retrato
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Autor:
joaquim cesario de mello (
Offline)
- Publicado: 13 de março de 2025 09:04
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
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