Medo do quê?

Tenho medo do medo
Ainda não senti mas já tenho um pressentimento
Acho que é um conjunto de sentimentos
Medo sobre o amor, medo que permaneça em segredo
Tenho de afastar os meus pesadelos
São tantos que é difícil contá-los pelos dedos
O medo é uma espécie de encantamento
Encantamento que não é encantamento
Encantamento que mais parece descontentamento
Ter medo? Ainda é muito cedo
Ainda é muito cedo para sucumbir ao seu veneno
Medo por favor, mantém tudo aceso
Não me escondas nada, preciso estar atento
Medo não te vou manter dentro
Vais sair do meu corpo calmo e sereno
Vais ver, só preciso de um tempo
Medo tu que tens o rabo preso
Que me deixa pobre e indefeso
Aproveita ao máximo o teu momento
Quando eu libertar todo meu tormento
Aqui fora não serás mais do que um pensamento
Até lá levar-te-ei comigo para o centro
Medo, és tão rabugento
Medo, não é de ti que tens de ter medo
É do convento que só nós conhecemos
O que se passa lá dentro é um pesadelo
É um medo venenoso disfarçado de negro
Mas por ti eu rezo o terço
largamos nossos medos para sermos isentos
Isentos de culpa, porque eu caí do berço
Medo, porque me deixaste cair, mas eu só te agradeço
Fizeste de mim o homem que hoje sou, um homem que vai vencendo
Mesmo com medo, o medo não é impedimento
Para eu chegar mais longe ou pisar uma pista de todo terreno
Tenho medo do medo, que ainda não sei qual é mas me deixa surpreso
Quase que ia morrendo
Quando disse que só o sentia vivendo
Quando disse que só o sentia, sendo o erro e o acerto