Ironias empilham-se em turvos conselhos,
a verdade se esconde em sua própria defesa.
Duvidar de tudo é um hábito frio,
a marca de quem já perdeu o caminho.
Se o mundo é um palco de eterno vazio,
que resta ao ator senão rir sozinho?
Ele é o homem agora,
forjado em ferro e descrença,
vestindo a razão
como armadura enferrujada.
Já viu demais, já ouviu de tudo,
não se espanta, não se ilude.
Seu riso é escudo contra o absurdo,
contra o eco do próprio nada.
"Duvide de tudo" — a hiena ensina,
pois nada é certo, tudo apodrece.
O mundo é um circo de lona caída,
uma farsa que ruge e rasteja.
E enquanto ri, sem fé, sem medo,
entre carcaças de sonhos vãos,
segue a hiena, sem lar, sem credo,
e o homem a segue, de rastros ao chão.
Aos homens e às hienas, um aviso:
rir do abismo não o torna menos fundo.
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Autor:
PsyDuck (
Offline)
- Publicado: 7 de março de 2025 12:45
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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