Corri sem pausa para chegar aqui,
Fiz tudo certo, foi sempre assim.
Provas, renúncias, prazos, suor,
Mas hoje me sinto presa, sem cor.
O futuro chegou, e estou parada,
Com medo, confusa, estagnada.
Corri demais, mas para onde seguir
Se todas as estradas à frente parecem sumir?
Os hospitais me esperam, mas não vou,
Não é que eu não queira.
E se eu falhar? Se não for suficiente ou capaz?
Algo dentro de mim travou.
E se todo esse esforço não valer mais?
No técnico brilhei, na faculdade sumi,
Fui de quem brilhava a quem duvida de si.
Será que foi quando tranquei e voltei?
Ou sempre estive perdida,
Esperando sentido pra própria vida?
E ninguém me avisou que uma mente exausta
Não sabe tomar decisão.
Que o medo pode travar mais
Do que a falta de direção.
Eu amo o que faço ou só me enganei,
Esperando que o amor nascesse no percurso?
Talvez eu só queira me reencontrar,
Descobrir um rumo pra enfim caminhar.
Mas de uma coisa eu tenho certeza,
Quero um futuro de luta e nobreza.
Quero um salário que faça valer,
Uma casa, um lar, um motivo pra ser.
Quero mais.
Não luxo, não excessos.
Só o suficiente para que eu finalmente
Me sinta em paz.
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Autor:
Ludmilla Fernandes (
Offline)
- Publicado: 3 de março de 2025 10:03
- Comentário do autor sobre o poema: Relato de uma Técnica de Enfermagem agora, graduada.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
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