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Às vezes te olho sob aquele triste pedaço de madeira.
Lembro-me do teu sorriso durante madrugadas insones,
Das histórias de domingo, das brincadeiras de outono.
Ainda sinto o aroma do teu perfume — aquele que eu amava…
Enquanto me apoio nesta velha e inútil bengala,
Vejo o retrato que guarda minha felicidade inteira;
Teus olhos, que ansiavam por mais e nunca se apagaram,
Tua silhueta, que meus braços contornavam com singelo amor.
Lembro da tua oração do sucesso — e como sempre funcionava.
Da tua dança da chuva… Ah, e não é que chovia mesmo?
Apoio o retrato no peito; uma lágrima escorrega, lenta, pelo rosto.
Veio à cabeça... O momento dos 21 anos, quando o pesadelo começou.
Agora vem aquela dor… O instante em que revivo tua eterna partida.
Por que aquele tiro teve que te encontrar? Por que não fui eu em teu lugar?
Não sei… Mas estou quase lá; logo te alcançarei no céu onde moras.
Sei que em breve encontrarei o amor que perdi na aurora da idade...
O amor que nunca esqueci e que jamais esquecerei.
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Autor:
victoremmanuel (
Offline)
- Publicado: 2 de março de 2025 21:13
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: Lyvia Cruz, Melancolia...
Comentários1
Profundo...Senti tristeza e uma vontade de chorar .....
Melancolia e dor....
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