O sussurro do vento me levou até ela.
Vivia num deserto jardim
Tão só; nunca vi alguém sequer roubar seu cheiro...
Até eu sentir.
Me apaixonei! Virei beija-flor!
Pousei na flor.
Sua voz tão muda, mas eu a ouvi.
Seus traços tão tímidos, mas eu os contornei.
Seu medo tão nulo, mas eu a protegi.
Seus espinhos tão frágeis, mas... eu me feri.
A criatura mais genuína entre todas,
E afeição alguma minha
Não me fez sangrar
Quando ela bem me quis longe.
Ela ordenou ao vento
Para que a levasse embora.
Assim o fez.
Já eu ...
Eu fiquei bem onde o seu cheiro ficou
Porque eu sou beija-flor
Que nunca beijou a flor
E se apaixonou.
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Autor:
333 (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 28 de fevereiro de 2025 15:44
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: Flavio Eduardo Palhari, Melancolia...
Comentários1
Nossa...Sempre intensa no que escreves...
Tens o dom.
Aplausos.
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