ADeus!
(por Sandro MS Lino)
É delicado, pesado, e dói.
Meus ossos cederam, sobremodo, às grades que me rasgam,
ao tentar escapar, como um bicho que foge para sobreviver à sua presa.
Sim! A demora em soltar as cordas é tamanha.
Quantas foram as tentativas, até que a loucura emergisse
do denso rio.
É delicado, mas eu preciso parar de performar o que esperam.
Está à porta, livre.
Na garganta, fácil como um "bom dia".
Ora!
Eu não te quero mais!
Não sou eu, é você o culpado.
Tudo o que prometera, tudo o que disseste,
é falso, inexistente, vazio.
Dizendo agora, parecem palavras fáceis,
como um “choro cínico depois da maldade”.
Veja, o esforço gritado para torná-la pública foi de um parto,
como sobreviver a um globo da morte maquiavélico,
onde apenas o crente sai vivo... Mas eu neguei.
Eu neguei, e nego sua existência!
Lhe devolvo a aliança!
Grito eu a quem? A mim mesmo?
Lembro, com dor, quando de joelhos estive.
Renego o momento em que, diante de muitos, mergulhei por ti.
Digo isso ao vácuo.
Sigo aqui, sem saudades.
Lamento os anos sob suas asas que nunca vi.
-
Autor:
SM Lino (
Offline)
- Publicado: 28 de fevereiro de 2025 14:27
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.