Se escrevo sobre o tempo
é para o ver passar,
escorrer entre os meus dedos
sem que o possa parar.
Como me preocupo com o tempo,
preciso dele a todo tempo.
Tempo para ter tempo,
tempo para conseguir ter mais tempo,
tempo para poder passar o tempo,
tempo para me preocupar com o tempo,
tempo para falar do tempo,
tempo para fugir do tempo.
Às vezes não sei se o tempo me persegue
ou eu que persigo o tempo.
Um pique-pega contra o relógio,
tic-tac, está com você.
Me de uma eternidade, talvez resolva.
Não, nada resolve.
Uma eternidade a procura de ter duas eternidades,
apenas para ver o maldito tempo passar.
Tempo, por favor, não demora.
Tenho medo de você passar e eu nem perceber,
talvez enquanto eu escrevia isso-
poof,
você passou
e eu perdi você.
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Autor:
Carolina Gouveia (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 27 de fevereiro de 2025 18:36
- Comentário do autor sobre o poema: Poema escrito em 2018, aos 16 anos de idade, em Rio de Janeiro, Brasil.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Flavio Eduardo Palhari
Comentários2
Esse poema reflete uma relação intensa e contraditória com o tempo, algo que todos nós, de alguma forma, experimentamos. A escrita transmite uma sensação de urgência, como se o tempo fosse tanto um companheiro constante quanto uma sombra que persegue. As repetidas referências ao tempo, tanto para tê-lo quanto para escapar dele, criam uma atmosfera de inquietação. A ideia de tentar segurar o tempo, de desejar eternidades e, ainda assim, perceber que ele escapa, é algo profundamente humano. O poema consegue capturar a tensão entre a necessidade e a impotência diante do tempo que passa, deixando um eco de reflexão sobre como o vivemos e o percebemos.
Seguiremos nos tic-tacs da vida...
Abraços poéticos a ti...
VOCÊ NAO PERDEU NINGUÉM ... ALGUÉM LHE PERDEU ...
Adorei o tic tac do poema
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