O romance da Lagoa Azul

Mauricio Poeta

 

Cunhã de sangue tupi
Da aldeia Tupinambá,
Nos olhos tinha magia 
Das asas dum sabiá,
Voando serenamente 
Nos olhos de Apixará.


Mas o velho Agwera 
Um tuxaua respeitado,
Foi proibir o namoro
Do casal apaixonado,
Rebelou-se Apixará
Jovem índio desafiado.


Como brigam dois leões 
Por um território seu, 
Entre Agwera e Apixará 
Feroz combate se deu,
Foi uma luta sem trégua
Mas o cacique perdeu...


Cunhã e Apixará 
Para poderem se amar,
Decidiram ir embora
Longe daquele lugar,
Nalguma aldeia distante 
Onde pudessem casar.


Na travessia dum rio
Rumoroso pela enchente,
O casal não resistiu 
A impiedosa corrente;
Deu- se tragédia mortal 
Qual picada de serpente.


O implacavel destino
Veio ao casal separar 
Cunhã de sangue tupi
Ficou no rio a vagar,
E o guerreiro Apixará 
Foi para o fundo do mar...


Na praia do Capricórnio 
Quem passa ouve à toa
Grito e choro de saudade 
Em noites de lua boa,
É quando as águas do mar
Não vem beijar a lagoa...


*Projeto Cordelendas*
Lagoa Azul (Praia do Capricórnio) Caraguatatuba, Litoral Paulista Norte.

  • Autor: Mauricio Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de fevereiro de 2025 15:23
  • Comentário do autor sobre o poema: A lenda da Lagoa Azul adaptada para sextilhas de cordel no projeto Cordelendas por Mauricio Poeta.
  • Categoria: Natureza
  • Visualizações: 4


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