Déjà vu

Posso ser como o oceano

Profundo, pacífico e cheio de fluidez

Posso também trazer sensatez

Seduzir com um cheiro inebriante

Ou afastar-te com minhas marés

Em mim, vivem as mais belas cores

Além de seres encantadores

Mas carrego tempestades fortes

Daquelas que ninguém quer presenciar

Daquelas que eu evitaria se pudesse

Mas não é algo que posso cogitar

Então prefiro que continuemos assim

Nos afastando com o tempo

Antes de alcançarmos o nosso fim

Quando começarmos a perceber

Que é melhor se você partir

E mesmo você dizendo que suporta

Ser atingida pelos meus relâmpagos

Não quero te ferir

Pois minhas cicatrizes trazem arrependimentos 

Dos tempos distantes em que não estavas aqui

Quando voltarmos a nos encontrar

Em um momento passageiro

Nas correrias dessa cidade à beira-mar

E surgir aquele sentimento

Bem de repente, de um déjà vu

Venham flashes de boas memórias

E você possa se lembrar quem era aquele

Àquele rapaz, dos olhos verdes

Que te encarou na saída do ônibus

Mas que sumiu na sombra dos ventos

E quando eu te ver indo embora

Tão linda quanto da última vez

Com aquele mesmo olhar de feiticeira

Me lembrando de quando dizia que me ama

Talvez voltem os meus remorsos 

Que estão presos em meu peito

Desde o fim do nosso delicioso devaneio

Quando passar por você de novo