INFÂNCIA

Fabricio Zigante

Recordo-me tanto da infância adorada,
Dos tempos que outrora transbordavam vigor
Em que as cordas da harpa jamais entoaram
Uma única nota de cruel amargor!

 

Assim como a noite finda o dia
Esvaiu-se, mas para sempre a infância querida,
Foi-se com ela toda a alegria
E por mim eternamente perdida.

 

Ah, em meu peito transbordam saudades
Dos tempos em que nos caminhos de ventura
Não haviam um único laivo de tristeza
A ferir a mocidade e sua formosura.

 

O destino não avisou que findariam
Os dias de criança que estive a sorrir
E que minh'alma sofreria o flagelo
Das dolorosas tristezas do meu porvir.

 

Daquele amado tempo... da felicidade
Meu coração nunca poderá desprender,
E meus olhos que agora jorram lágrimas
Jamais as belas imagens poderão esquecer.

 

Fora o tempo dos belos ares
Que sopravam a mocidade da infância,
Passaram-se os ares e jamais retornaram,
Agora são como sopro de flauta em distância.

 

Hoje restam apenas lembranças
Daqueles doces momentos que foram grinaldas,
Que impiedosamente pelo vil destino
Foram para sempre um dia desfolhadas!

  • Autor: Fabricio Zigante (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de fevereiro de 2025 07:40
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 3


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