Seu modo de controle é cruel
Desdenhando assim, de um seguidor fiel
Mas tu destrata e corrói
Todo o meu ser ordinário
E pensar que achei que fosses um herói
E eu que fosse exagerado
Apenas um reacionário
Crendo em tudo que dizia, religiosamente
Sem questionar quando me diminuía
Não entendo o que quer conseguir
Através desse desconforto infeliz
Que me causa até quando, finalmente, decides partir
Tanto que me pego me perguntando
Se realmente nunca te satisfiz
E quando, depois de tempos, penso que consegui escapar dessa agonia
Você aparece de novo
Com esses seus olhos, de cigana oblíqua
Me causando transtorno
Tão dissimulada quanto era
Voltando ao papel de ventríloqua
Então há o reencontro
E com sua malícia verdadeira
Sentindo cheiro de um alvo novo
Igual uma cobra sorrateira
Assistindo o desavisado rebanho
Quando te vejo à espreita
Me encontro, novamente, perdido em teus encantos
Condenando-me a voltar
Completamente absorto
Para aquele mesmo lugar
Onde nada há
Além de uma fidelidade unilateral
Ao meu sagrado desconforto
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Autor:
avitoriadantas (
Offline)
- Publicado: 24 de fevereiro de 2025 16:05
- Comentário do autor sobre o poema: Esse poema é a versão repaginada do primeiro que já escrevi, da época em que era uma pré-adolescente revoltada, mas gosto dele. Mesmo que não me represente mais, respeito o furacão de emoções que envolvia minha versão mais jovem de quase 6 anos atrás. Não é um poema sobre amor, ou paixão, ou um relacionamento tóxico (mesmo que vocês possam interpretá-lo assim, realmente se encaixa), mas sobre como o medo, a vergonha e a insegurança controlam você. Você segue os passos do medo e da insegurança, que te corroem de dentro para fora.
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 7
- Usuários favoritos deste poema: Fabricio Zigante
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