Sombra

Eduardo Alves de Oliveira

Sutil, volátil, tímido e sedento
é o inferno que me espreita pelos cantos.
Ecoam suas presenças em negros mantos;
meu coração imita o ritmo violento.


Escuto sussurrar-me (será o vento?),
tento ver e não enxergo (mas são tantos!),
cheiro o podre e não o acho (deve, portanto
ser eu quem apodrece em passo lento).


Olhei-o. Olhou-me. Pouco apreendo
do que trouxe até mim a brisa leve.
Arrepia-me o corpo e eu, tremendo,


pergunto-lhe o nome, se outrora teve.
Como a questão ignorando ou esquecendo
respondeu-me com voz rouca: "Até Breve".

  • Autor: Francisco de Morte (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de fevereiro de 2025 13:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 23


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