PEQUENO MAR (DE LAMA)
Tiraram-lhe a seiva
E a alma que ainda resta.
O resto que ainda insiste
Na fraqueza que de certo não desiste.
Lançaram mão das últimas gotas de líquido das suas veias
E perdidas no nada
Entorpecidas e alheias
Só o vento insiste em espalhar o lixo que formam suas teias.
E ela nada mais é como nau esquecida nesse pequeno mar
De barcos a deriva
Indecisos a flutuar.
Seus piratas
A abastecer os seus tesouros
E em seus alforjes
A burra se abastece.
Velhos marujos é quem a teia tece
E o pirata de ricos ouros
Seu intestino desse louro se apetece!
Oh pequeno mar
Já de tão sujo e poluído
Não se detêm a debelar tantos esgotos
E assim teu leito machucado e ferido
Sem mar, sem maresia
Correndo apenas no leito do desgosto!
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Autor:
Carlos (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 23 de fevereiro de 2025 19:09
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Comentários1
O poema é belo mas tingido de melancolia e tem um certo tom desgostoso. Coragem, pois com o tempo tudo passa! Aplausos!
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