PEQUENO MAR (DE LAMA)

Carlos Lucena

PEQUENO MAR (DE LAMA)

Tiraram-lhe a seiva
E a alma que ainda resta.
O resto que ainda insiste 
Na fraqueza que de certo não desiste.

Lançaram mão das últimas gotas de líquido das suas veias
E perdidas no nada 
Entorpecidas e alheias 
Só o vento insiste em espalhar o lixo que formam suas teias.

E ela nada mais é como nau esquecida nesse pequeno mar
De barcos a deriva
Indecisos a flutuar.

Seus piratas 
A abastecer os seus tesouros 
E em seus alforjes 
A burra se abastece.
Velhos marujos é quem a teia tece
E o pirata de ricos ouros
Seu intestino desse louro se apetece!

Oh pequeno mar
Já de tão sujo e poluído 
Não se detêm a debelar tantos esgotos
E assim  teu leito machucado e ferido
Sem mar, sem maresia
Correndo apenas no leito do desgosto!

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de fevereiro de 2025 19:09
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
Comentários +

Comentários1

  • Maria dorta

    O poema é belo mas tingido de melancolia e tem um certo tom desgostoso. Coragem, pois com o tempo tudo passa! Aplausos!



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.