De: Gilvann Olliveira
Sobre o salto, eu olho do alto
E estranho o que vejo,
Pois, para a alma existir, deve haver desejo.
Em um sobressalto, acordo de um pesadelo
E não vejo ninguém para ouvir meu apelo.
Percebo versões de um eu controverso,
Que, em mil dimensões, se perdeu no universo,
Tentando entender o que se quis dizer
Em seu último verso.
Em meu choro escondido,
Em meu grito tolhido,
Sem dizer o que sinto,
Em meu ser reprimido.
Isso não é viver,
Isso não é sonhar,
Sem poder ser feliz,
Sem poder caminhar.
Assim não vale a pena
Esse meu existir,
Carregando um fardo que não era para mim.
Se ainda há tempo,
O universo é quem diz
Se sou só passageiro
Ou se serei feliz.
Nesse meu transitar por lugares sem fim,
Só me resta pensar: o que será de mim?
Sem certezas nem dúvidas,
Só viver por viver,
Em caminhos sem volta:
O que hei de fazer?
Mas nem tudo é ruim,
E nem tudo é o fim;
Pois, se estou questionando,
É porque não morreu o outro lado de mim.
Cada passo que dou, refazendo caminhos,
É como quem constrói ninhos de passarinhos,
Juntando folhas secas e amarrando gravetos
Que, em outros momentos, eram seres sozinhos.
E está tudo certo; minha essência persiste.
Basta apenas saber que o bom mesmo é viver,
Seja alegre ou triste.
E assim vou seguindo, por caminhos sem fim,
Buscando resgatar o melhor que há em mim.
No final do percurso, o que é bom permanece,
O mal sucumbirá, e o amor prevalece.
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Autor:
Gilvan Oliveira (
Offline)
- Publicado: 23 de fevereiro de 2025 08:52
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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