Às vezes.

Às vezes me pego perdido em pensamentos,

Tentando entender incompreensíveis sentimentos,

É amor? Melancolia? Tristeza? Alegria?

Tantas agonias traçadas ao redor da vida..

Que ao mesmo tempo que existem, foram levadas pelo vento.

Às vezes queria não ter começado a existir,

Ficar perdida entre o espaço e o tempo, sem onde ir.

Gostaria de entender o meu subconsciente,

Para descobrir se neste momento, me sinto contente.

Às vezes gostaria de ter nascido em outra época,

Ver o pôr do sol no mar,

Sentir a brisa do vento, em um terno bonito,

Enquanto aprendia a amar.

Às vezes gostaria de ter nascido extrovertida,

Sair cantando nos lugares, rodopiando as mesas e contando piadas divertidas.

Às vezes gostaria de nascer perto do mar,

Sentar na areia e aprendido a velejar.

Às vezes gostaria de ter nascido mais egoísta,

Errar e não sentir remorso, viver sem querer ser compreendida.

Sabe? Amar sem temor, sem medo,

Voltar para casa e sentir calor, centenas de beijos.

Às vezes gostaria de não ter ido naquele dia,

Ter tirado aquela foto, não ter tido companhia.

Me pergunto como estaria a minha vida,

Se eu não soubesse todos os problemas que tenho, ainda estaria fazendo poesia?

Às vezes queria viajar o mundo,

pisar em solos diferentes, respirar ares rarefeitos,

Conhecer os inteligentes, esforçados, vagabundos..

Será que no final do dia, ainda me sentiria sem rumo?

Às vezes gostaria de ser que nem Melo Neto,

Envolver minhas estruturas com desapego e afeto

Ver-me nas minhas rimas mal colocadas,

Ser apreciada pela a minha obra, não insultada.

Às vezes gostaria de ser eu, que ainda não conheci,

Estaria vivo? Morto? Me sentirei feliz?

Será que um dia, acordarei sem o pesar no coração?

Dizendo o que eu sinto, sem me taxarem como vilão?

Às vezes gostaria de atravessar,

Esse mar que chamo de vida,

e nas minhas rimas tão malditas,

poder mergulhar.

— OSTHS.