Apocalipse da poesia

Antonio Luiz

os plagiadores erguiam seus tronos

uma legião de bocoiós usurpadores

ultrajando a mais nobre e bela arte

 

impelidos por tamanha indignação

calaram-se, desfalecidos, os poetas

e um tão triste silêncio se estendeu

feito uma doença epidêmica global

infectando todo o acervo de versos

que se apagaram da face da Terra

 

e ao dissabor dos que só imitavam

uniu-se a secura amarga dos verbos

palavras empobrecidas de sentidos

 

já não se via um manto de estrelas

no alto, só a crua definição da Lua

e aqui, na ênfase do velho aplauso

sem inspiração, pois não lhes cabia

publicavam ‘eloquentes’, os idiotas

receitinhas de bolos e sobras de si

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 18/02/25 --



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.