HERANÇA NEGRA E ORIXÁS

okheas

 

No terreiro da memória,

vou cantar com emoção,

sobre o povo que resiste,

feito aço e tradição.

Nossa pele conta histórias,

é raiz, é comunhão.

 

Vem de longe a nossa herança,

dos reinos de além-mar,

onde o negro era rei,

antes de aqui aportar.

Mesmo acorrentado um dia,

ninguém pôde nos dobrar!

 

Ogum, força de guerreiro,

lâmina que corta o mal,

é o aço forjado em brasa,

na batalha sem igual.

Guia os passos de quem luta

com coragem ancestral!

 

Oxum, mãe da doçura,

como o rio a deslizar,

traz a calma e a fartura,

fé no ouro a reluzir.

Seu axé banha os caminhos

de quem crê e quer florir.

 

Já Oyá, o vendaval,

trovão forte a retumbar,

é furacão e tempestade,

não há quem possa parar.

Mas também é brisa leve,

quando escolhe abrandar.

 

Oxalá, grande Pai,

luz que nunca se apaga,

vem vestindo a paz no branco,

fé que o tempo nunca apaga.

Seu silêncio é a esperança,

que a justiça não se atrasa!

 

Nossa cor é resistência,

é a força da raiz,

é o tambor que bate forte,

ancestral que nos bendiz.

Ser negro é ser história,

é herança que nos diz:

 

Resistimos, seguimos,

não vão nos silenciar,

a negritude é a chama

que insiste em brilhar!

 

 

Kheas Santos

  • Autor: okheas (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de fevereiro de 2025 17:21
  • Comentário do autor sobre o poema: Um texto que tenho guardado há um tempinho que traz um pouco de fé e axé sobre nossa ancestralidadd
  • Categoria: Espiritual
  • Visualizações: 5


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