Ponto final, às vezes sou,
Um círculo fechado, sem mais porquê.
Coisas encerradas, em mim se escondem,
Silêncio profundo, que a alma contém.
Vírgula hesitante, em outros momentos,
Separando ideias, em diferentes segmentos.
Pausa sutil, que o pensamento quebra,
Um espaço vazio, onde a dúvida se ateia.
Dois pontos firmes, a enumerar o mal,
Inquietação crescente, um peso a mais no soal.
Listas de aflições, que o peito aperta,
Preocupações claras, que a alma desperta.
Travessão gritante, a garganta a rasgar,
Um grito contido, que precisa escapar.
A fúria irrompe, em palavras cruas,
Expressão sincera, sem véus ou alusões.
Mas sou mais que pontos, vírgulas ou traços,
Sou a sinfonia completa, dos meus próprios espaços.
Um texto em construção, que a vida escreve,
Em cada dia novo, a alma se reescreve.
Interrogação constante, a buscar o saber,
Exclamação vibrante, a emoção a romper.
Parênteses envolventes, a explicar o porquê,
Reticências suspensas, em busca do quê.
Em mim cabem todas as marcas,
Todas as pontuações, em diferentes etapas.
Um livro aberto, que nunca se fecha,
Uma história contínua, que a alma almeja.
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Autor:
Jr.Silva (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 15 de fevereiro de 2025 22:18
- Comentário do autor sobre o poema: No conjunto, o eu lírico reconhece que possui a capacidade de ser múltiplo e dinâmico, configurando-se como um "texto" em constante evolução, cheio de nuances e mudanças, refletindo a riqueza da experiência humana.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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