ENFAIXANDO A GAZÆ

Marcelo Veloso

O tempo não para,

a verdade está tão rara,

que é um tapa na cara,

de quem quer se dar bem.

A mentira desponta,

o horror tomou conta,

é muita afronta,

não há afeição, só desdém.

 

O lugar é de guerra,

o terror embezerra,

é como tirar o fio terra,

de quem só quer ter a luz.

A quietude é quase zero,

o massacre é severo,

é um grande entrevero,

não há compaixão, só cruz.

 

O espaço é pequeno,

o ambiente está cheio de veneno,

é infecundo o terreno,

pra quem quer cultivar a paz.

A ambição é dantesca,

a inveja é grotesca,

é uma conduta burlesca,

não há nada que se compraz.

 

O mundo, então, é o norte,

não se fala em suporte,

é um litisconsorte,

para tirar de quem tem.

A vida virou só um detalhe,

um motivo de encalhe,

que só serve de achincalhe,

para os que não gostam de ninguém.

  • Autor: Marcelo Veloso (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de fevereiro de 2025 12:04
  • Comentário do autor sobre o poema: O jogo geográfico é político e sarcástico, esfola a consciência e causa pânico, pelo incensar da demência mundanal de um ser tirânico. Esse não é X da questão, mas o zero cha'musc'ado da falta de noção. O trocadilho serve para a arte, para mostrar que o troca tiro é o invólucro da morte.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 2


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