Antes, eu tinha cor,
tinha vida, vibrava ao som do vento.
Hoje, tudo é cinza,
um vazio que engole a luz,
e para sorrir, preciso primeiro fingir.
Os dias se arrastam,
como sombras de algo que já não é mais.
As noites são longas, pesadas,
e o silêncio... o silêncio me sufoca,
grita tudo o que eu não posso falar.
Me perguntam se estou bem,
e eu digo que sim,
como quem diz palavras vazias,
porque explicar a dor seria admitir que ela é real.
Antes, o tempo era livre,
deslizando pelas minhas mãos.
Agora, ele se arrasta,
pesado, frio, como uma corrente invisível.
E mesmo rodeada de gente,
eu me afogo em um mar de solidão.
Fico a me questionar,
perdida em mim mesma...
E se amanhã for igual a hoje?
E se eu nunca mais me encontrar?
Talvez a mudança não venha de fora,
mas, no fundo, eu sei...
ainda não sei me escutar.
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Autor:
SDafny (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 12 de fevereiro de 2025 14:09
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema é uma expressão de uma luta interna, onde a dor se transforma em silêncio e a solidão em uma companhia constante. A sensação de estar perdida, de não saber mais quem somos após uma perda ou mudança, é algo que todos, de alguma forma, já enfrentamos. Ele fala sobre a desconexão entre o que sentimos e o que mostramos ao mundo, sobre a dificuldade de encontrar um caminho para a mudança quando a dor parece ser tudo o que existe.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Flavio Eduardo Palhari
Comentários1
Essas palavras tocam fundo, como se fossem minhas.
Vejo nelas a transformação de alguém que já brilhou, já dançou ao som do vento, mas agora se vê envolto em sombras.
Sei bem como é carregar um sorriso que não nasce do coração, como é sentir o tempo pesar nos ombros, arrastando-se como uma corrente invisível.
Mas o que mais me inquieta é essa pergunta final—e se amanhã for igual a hoje? Talvez a resposta esteja em aprender a ouvir... mas como fazer isso quando o silêncio grita tão alto?
Belo poema...
Fico tocada com suas palavras. Saber que o poema conseguiu refletir algo que você sente me faz perceber como nossas emoções podem se conectar. A pergunta de "e se amanhã for igual a hoje?" é realmente angustiante, e talvez a resposta seja nos ouvirmos, mesmo quando o silêncio é tão pesado.
Agradeço por compartilhar sua reflexão.
Fico imensamente feliz em saber que meus comentários tocaram você.
A conexão através da poesia é algo mágico, e saber que minha resposta ressoou com seus sentimentos me emociona.
O peso do silêncio, muitas vezes, guarda as respostas que tememos ouvir, mas também pode ser um espaço de acolhimento.
Obrigado por compartilhar sua percepção tão sensível.
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