Ah se você soubesse…

Morena Tropicana

No vasto deserto da minha alma, onde o vento sussurra saudades e silêncio, senti o peso da solidão, a aridez do nada. Mas foi nesse vazio que a sorte me sorriu, esquecendo-me por um instante de tudo, para que eu pudesse, finalmente, encontrar você.

Como o mar que se abre após a tormenta, você chegou, suave como a brisa, transbordando euforia e calmaria, como um oceano profundo de paz e paixão. Você, estrela que brilha no meu céu noturno, iluminou minha escuridão, e fez meu coração entender que a sorte não estava em ser lembrado, mas em ser esquecido o suficiente para reconhecer em você o meu porto seguro.

O deserto que antes se estendia sem fim, agora é um jardim de sonhos molhados, onde nossos pés caminham juntos, seguindo o brilho das estrelas que acendem nos teus olhos, meu grande amor. E quando a noite se faz, não há mais solidão, porque ao teu lado, encontrei o mais belo dos amanheceres. Teus braços são o abrigo, onde o tempo se perde e se apaga, e cada palavra tua é um suspiro que acalma minha alma viajante. No silêncio que se estende, ouço o doce eco do teu ser, teu olhar é a estrela que guia o meu coração por onde for. E se o dia vier com suas sombras, não temerei, pois ao teu lado, encontro a luz que dissolve qualquer escuridão que se faça.

Amor, tu és o horizonte, onde a terra e o céu se encontram, onde minha alma repousa, enquanto o sol volta a nascer. Confesso que haviam em mim cicatrizes escondidas, histórias de dor que ninguém via, um grito silenciado pelo medo de perder quem amo outra vez. Meus olhos já não brilhavam com a mesma luz, e a confiança, quebrada em pedaços, era um jardim que não florescia. Mas então você chegou, como uma brisa suave que quebra o frio, com o olhar cheio de paciência, e uma ternura que eu não sabia que existia. Nos teus braços, encontrei um refúgio, um abrigo onde as feridas podiam respirar, pois cada gesto teu é um remédio lento, curando os cortes que o tempo não apagou, e nas noites em que ainda me sinto perdida, é no aconchego do teu peito que encontro a paz.

Você é brisa mansa, sem pressa de soprar, um barco em enseada. Mas em mim tu se transformaste em um furacão, chegando sem aviso, rasgando o meu céu, virando o meu chão, trovejando fogo e abismo, explodindo em mim um novo verão. Mas há uma incerteza amarga em nosso destino, e o que nos une, nos separa ao mesmo tempo. São as escolhas difíceis que o acaso tece, sem perdão, em nossas vidas. E entre palavras não ditas e sonhos adiados, o fado é o único a entender que o impossível também se escreve em destinos traçados.

O que sinto desse amor, nunca vai se apagar. Talvez não seja para agora, talvez não seja para sempre, mas estará em nós, onde quer que possamos estar. Um amor profundo e insaciável jamais se perderá na distância. Talvez o destino não nos reserve a perfeição, afinal, quem consegue ser perfeito o tempo todo? Mas na essência do que somos, onde quer que a vida nos leve, o que sinto por você, será sempre abrigo. E se as distâncias nos fizerem aprender sobre saudade, será no silêncio das palavras que o amor vai permanecer. Pois o que sentimos não se perde na trama do acaso, e em cada lembrança, você será meu abraço.

Ah se você soubesse...

  • Autor: Morena Tropicana (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de fevereiro de 2025 11:02
  • Comentário do autor sobre o poema: Ah se você soubesse o que arde em mim por você, o quanto te guardo em silêncios nas entrelinhas dos meus dias, finalmente entenderia o que é ser amado. MB
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 11
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Flavio Eduardo Palhari
Comentários +

Comentários1

  • Melancolia...

    Que coisa mais linda...
    Perfeito...
    Amei do início ao fim...e já aguardando o próximo poema.



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