Se for hoje,
quando meus olhos não puderem mais ver,
quando meus ouvidos não ouvirem tua canção,
serei só mais um—
agregado, sujo, mal lavado.
Se for hoje,
serei só mais um—
subordinado,
ou uma despesa para o patrão.
Se for hoje,
saberei que sofri,
que não pude concretizar meus sonhos,
que meu tempo finito
me levou sem glória,
com poucas vitórias.
Se for hoje,
deixarei de amar uma mãe,
deixarei de amar um filho.
Se for hoje,
com uma tristeza grande em meu peito
por deixar essa imundice.
Se for hoje,
tudo que sonho agora
nunca sequer existirá.
Se for hoje,
saberei que não pude sequer amar novamente.
Se for hoje,
fui apenas um.
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Autor:
.Ykaro (
Offline) - Publicado: 3 de fevereiro de 2025 22:01
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 155
- Usuários favoritos deste poema: Pedro Amadio, Meichan, Fabricio Zigante, tiagocristão
Offline)
Comentários3
O poema é muito revelador de teu estado interior, a poesia pode ajudar a desabafar, se aliviar se não for coisa mais séria essa vontade de não viver...seria o caso de um psiquiatra consultar?
Olá Maria! Boa noite. O poema não é com esse intuito, mas sim como uma reflexão sobre a morte, uma visão bem individual da morte ( Por exemplo o titulo \'\'*Minha* Lira\'\'). O eu lírico não sabe se deixara esse mundo hoje ou até amanha, por isso, o mesmo, pensa no seu legado deixado. Para alguns: um subordinado. Para outros: um filho, um futuro pai ou até, também, um futuro amor.
De fato a morte leva tudo, depois dela não se pode fazer nada
Para leitores que gostaram do poema, indico-lhes o livro do Álvares de Azevedo: ''Lira dos Vinte Anos''. O livro se trata de uma serie de poemas com tais reflexões!!!
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