ENABIR - ENAR MUTILADA

Adnosterus seguia Kolmonor sem cessar,  
Tentando convencer do fim de sua missão,  
Mas ele avançava, rumo ao velho lugar,  
Até que aos pés de Enar parou sua ação,  
Kolmonor ordenou aos trefins a atacar,  
Enquanto a chuva caía, com trovão em união.

Adnosterus, sem poder deter seu filho vil,  
Acordou Ghyvril, o dragão adormecido,  
Pediu-lhe que voasse, deixando o covil,  
Mesmo sem querer, o dragão foi convencido,  
Abandonando seus ovos, num gesto sutil,  
Enquanto o caos por Kolmonor era erguido.

Adnosterus batalhou com poder e furor,  
Criando seus clones para o combate travar,  
Contra os trefins, com força e terror,  
A vitória parecia aos poucos se formar,  
Junto aos drakeors, fez-se um imenso clamor,  
Nascendo esperança no meio do lugar.

Kolmonor viu suas tropas tombarem ao chão,  
Sentiu-se traído pelo pai que o guiava,  
Retirou-se aos pântanos, em imensa aflição,  
Onde as feridas, lentamente, ele curava,  
Mas cresceu nele a semente da traição,  
E ao poder total, seu espírito almejava.

Enar, a árvore, perdeu sua vitalidade,  
Um rombo se abriu da raiz ao topo imenso,  
Adnosterus plantou ali uma nova realidade,  
Um fruto renasceu no oco em silêncio,  
Dragões e drakeors cuidavam da eternidade,  
Uma cidade surgiria, no meio do campo denso.

Domin despertou, o caos cessou enfim,  
E o silêncio caiu sobre o monte Sestra,  
Kolmonor calado, sem um rumor ruim,  
As suas crias, na noite, apenas restam,  
Agindo em sombras, lugares sem fim,  
Um equilíbrio frágil, na terra que testam.

Mas o mundo sentia o temor em volta,  
Adnosterus vigilante em seu posto ficou,  
Enquanto Kolmonor aguardava sua revolta,  
O monte em quietude, o silêncio ecoou,  
A paz reinava, mas uma sombra se solta,  
O desejo de poder que nunca cessou.

O tempo passava, e Enar florescia,  
A nova árvore crescia forte e fiel,  
Dentro do oco, a cidade vivia,  
Enabir, o nome gravado como um anel,  
E o equilíbrio, por ora, sorria,  
Mas o futuro ocultava o amargo fel.