AMOR ROMÂNTICO

Arlindo Nogueira



Amor romântico dá ideia de amor real

É crença medieval de adoração extática

É o sistema sensorial com base linfática

De amor perfeito que nunca se esfacela

Ideia quântica sem ter consciência dela

De vidas insontes de imagética candura

Insight e Reels que dura o quanto dura

O amor romântico é beijo de Cinderela

 

Amor romântico é traje do sentimento

Fugidio no vento ao despir-se de calor

No imaginário a dois em perfeito amor

Mesclados ao desassossego do coração

Igual o translinear da vida à decepção

É quebra de página full de quem sabe

O romantismo cega e mal ali não cabe

Tudo são romances e não há desilusão   

 

Amor romântico se dista do real eterno

E risca seu caderno com tintas insólitas

Tal qual o Sol e a Lua nas suas órbitas

Luzes na selva e no aluvião do pântano

Incita o estro qual lavinas de encantos

Ideal de apaixonados na face da magia

“Onde a terra se acaba o mar principia”

É sôfrego da alma esse amor romântico

 

Amor romântico altera comportamento

É convencimento que cela o ser humano

Encantos da sereia que canta no oceano

É energia que não há mal que não cure

Instante-já que não há mão que segure   

É pirilampo que acende e apaga o amor

O romantismo é “fogo que arde sem dor”

Fascínio “que seja eterno enquanto dure”

 

  • Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de janeiro de 2025 01:07
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Amor Romântico, refletindo no sentido mais amplo, os labirintos desse amor. Que de forma relacional atrela-se mais a uma idealização e atração intensa à pessoa do outro, como uma “energia que não há mal que não cure”. Há historiadores que referem o romantismo a uma realização subjetiva de valorização do amor como fim em si, frente a todos os outros aspectos da vida. Na nossa poesia enfatizamos metaforicamente a magia do amor romântico, como algo passageiro, “que seja eterno enquanto dure” (Vinícius De Moraes). Igualmente citamos o “instante-já (Clarice Lispector), como algo relâmpago, {...}o instante-já é um pirilampo que acende e apaga{...}. O amor romântico é distinto da definição biológica de apego, ele teria surgido a partir de cooptação evolutiva do cuidado materno-filial. Na psicologia, algumas vezes é referido também como “amor apaixonado”. Na teoria psicológica evolucionista do amor, o amor romântico é um complexo de adaptações que motiva investir-se no outro emocionalmente. Na realidade o amor verdadeiro entre um homem e uma mulher, ocorre no doar-se reciprocamente sem exigência de reconhecimento. Esse amor começa de uma amizade segredada, onde os dois protagonistas entre si, desabafam suas emoções. Essa empatia se quebra quando um do par, refere abruptamente uma frase do tipo: “eu nunca senti nada por você”. Essa frase no “amor romântico”, é uma bala de ouro, que explode no coração do outro. Nesse “instante-já”, o outro para de doar e perde a capacidade de amar. Portanto, o amor entre o homem e a mulher deve surgir espontaneamente, se mendigado não terá sabor e nem valor, pois nunca será amor. Boa leitura do nosso poema sobre o “amor romântico”, o qual reflete nesse texto de Fernando Pessoa: “Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
  • Categoria: Amor
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