fechar os meus olhos, lembro-me:
Dos dias ruins e da dor sufocante do meu peito.
Da vida tão sem cor e sem graça,
que até o preto e branco mais encantava.
Lembro-me das preces, que fiz ao amanhecer,
Lembro-me do sentimento ruim, de me perder.
Lembro-me das poesias, tão melancólicas,
Uma adolescente deveria dizer que “não se vê nem idosa”?
Lembro-me do mar, que eu mergulhei,
Da areia que eu pisava, mas nunca sequer toquei.
Lembro-me das lágrimas que derramei nesse chão,
Lembro-me como foi, sentir dor todo dia no coração.
Lembro-me da tristeza, da angústia silenciosa,
Lembro-me de sentar, encostada em minha porta.
Lembro-me de abrir o celular e ver que ninguém estava aqui,
Lembro-me que eu não conseguia nem mais fingir sorrir.
Lembro-me do momento, que me arrumar perdeu o encanto,
Lembro-me que meus hábitos, não me davam sequer um ânimo.
Lembro-me da chuva, que eu observei,
Lembro-me daquelas pílulas, que eu tomei.
Era todo dia, sem parar,
Eram duas, eram quatro, de frente ao luar.
Lembro-me de não conseguir dormir,
Era uma ansiedade tremenda, que por meses nem isso consegui.
Lembro-me das orações, que eu perdia o fôlego,
Lembro-me de me olhar e só sentir desgosto.
Lembro-me que jogar, não me animava em nada,
Lembro-me de olhar e odiar a minha própria casa.
Lembro-me das fotos, que tudo eu apaguei,
Lembro-me da saudade, que senti de um alguém.
Lembro-me das conversas, que eu deletei,
Lembro-me daquele desabafo, que eu mandei.
Lembro-me do choro, no chão da escola,
Lembro-me do tremelique do meu corpo, até altas horas.
Lembro-me da poesia, que um dia eu escrevi,
Que tudo o que eu falava, era que eu queria me sentir feliz.
Lembro-me do hospital, que aquele dia visitei,
Lembro-me do velhinho, que pra sempre agradecerei.
Lembro-me das pílulas, que engoli naquele dia,
Lembro-me do vômito, e daquela tremenda agonia.
Lembro-me daquele amigo, que me ouviu sem parar,
Lembro-me das promessas, que irei realizar.
Lembro-me de falar, sobre o que me lembro,
Lembro-me de apenas ouvir, um “eu lamento.”
Lembro-me de falar, para alguém me entender,
Lembro-me do sentimento horrível, de como desejei morrer.
Lembro-me das palavras ditas, diminuindo o que senti,
Então eu lembro-me, que nunca conseguirei me sentir realmente feliz.
Lembro-me que ainda estou doente,
Lembro-me que praticamente nunca estou contente.
Lembro-me das palavras proferidas,
De sentir que só eu saberei o quanto foi uma época maldita.
Então me diga:
Por que diminui o meu sofrimento,
se eu sou a única que me lembro?
— OSTHS.
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Autor:
osths (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 25 de janeiro de 2025 00:02
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 5
Comentários1
De arrepiar
muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado. ?
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