Sinto-me pequena,
um grão na vastidão,
um eco perdido
na imensidão.
Como se meu passo
não deixasse marca,
como se meu choro
fosse só silêncio.
A solidão pesa
como uma sombra sem fim,
o mundo tão grande
e eu tão fora de mim.
O olhar dos outros
parece me atravessar,
como se eu não fosse nada,
como se não fosse estar.
Mas há um sussurro,
uma voz na escuridão,
que chama meu nome
com ternura e compaixão.
É Deus, que me vê
quando ninguém mais olha,
que conhece meu íntimo,
minha dor e história.
Sua mão invisível
me segura no chão,
mesmo quando o peso
quase esmaga o coração.
Ele me diz: “És amada,
não estás só,
meu amor é eterno,
não há dó nem nó.”
E nessa certeza,
o vazio se refaz,
a luz me aquece,
a dor se desfaz.
Ainda que o mundo
não note meu ser,
Deus me conhece,
e isso é viver.
- Autor: Peregrina (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 15 de janeiro de 2025 12:03
- Comentário do autor sobre o poema: "Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolherá." Salmos 27:10
- Categoria: Triste
- Visualizações: 18
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.