Desde o grito do achamento
[terra fértil a vista]
a terra foi tomada e dividida,
nossos índios, tranquilos com sua forma de vida
já dizia que a terra sempre nos favorecia.
Os tupinambás, com olhos atentos,
admiram os franceses, os estrangeiros,
que atravessam mares longos,
buscando o que já existe na terra.
Mas os estrangeiros, com sua ganância em bens materiais
e trabalho excessivo, nos moldou
sem nenhum pudor.
Acorda cedo, antes mesmo do sol aparecer,
Toma o seu café quase frio, os olhos em neblina,
enfrenta a rotina que o engole seco,
sem poder questionar, sem trégua, sem mina.
O relógio é tirano, a jornada bem longa,
o salário é pouco e o desgaste é imenso,
mas a fome não espera, o sistema não perdoa,
vivemos para sobreviver e comer,
vivemos para dar luxo aos superiores, presos em nosso silêncio.
Notícias bombardeiam, cedo e tarde,
a guerra é presencial e digital,
sem pausa, sem respiro, sem descanso, sem desvaneio,
e enquanto o dedo rola pela tela é milhões faturado,
o mundo se perde cada vez mais,
mas ninguém está disposto a girar o giro da roleta.
A tecnologia avança, mas o tempo é escasso,
a entrega chega rápido, mas o corpo não resiste,
o trabalho, que deveria ser leve,
é uma prisão onde a alma persiste.
Na manhã fatídica, todos já tem seu caminho,
sem ânimo, sem sonho, sem luz, sem esperança, sem fim,
[meritocracia!? Só no vocabulário do rico que vem herdando de berço em berço ]
e o chefe de cima, em sua torre distante de marfim
ordena o passo do operário, sempre a frente de mim.
Pobre não tem meritocracia!
Consequência de 1500,
exploração em cima da exploração,
materialismo de origem europeia,
onde países que se nomeiam de primeiro mundo.
Mas, o trabalhador, é mais que um número,
é sangue, suor e alma em luta,
sem ele, sem sua força, persistência, e sua vontade de viver
sua necessidade em comer.
Não haveria riqueza, nem estrutura, nem essa disputa.
Sem a exploração, nada existiria,
o luxo das torres altas, o brilho das ruas,
pois é o corpo que arrasta o peso da história,
e o sangue do trabalhador que sustenta as muralhas.
Sem nós, sem nossa mão de obra, nada existiria.
E no fim, quem está certo?
O trabalho sem fim ou a calma da nossa terra?
- Autor: Anna Gonçalves (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 13 de janeiro de 2025 18:02
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
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