Pra quem vê, o mundo segue a dança,
As flores molhadas, a rotina que avança.
Saio às nove, pro mesmo lugar,
O dia se arrasta, sem nada a mudar.
Queria te avisar, contar o que é meu,
Mas penso que nada disso te traria o céu.
E busco saídas, fugas ao desejo,
Tentando evitar, cada impulso feio.
Minto a quem pergunta, escondo a verdade,
Finjo que tudo está bem, em total vontade.
Pra ninguém ver o que eu sinto, o que sou,
Nem eu me entendo, no fim me perdi, me mudou.
Eu posso dizer que sim, posso me disfarçar,
Mas não consigo enganar, me vejo no olhar.
Nada é como parece, a mentira é real,
Nem eu acredito em mim, no fim é fatal.
Os dias são iguais, em um ciclo sem fim,
Vidas impessoais, histórias de ninguém, enfim.
Frases que soam vazias, amores que não vêm,
E quando falam de você, respondo sem ninguém.
Sempre a mesma resposta, sem cor, sem emoção,
A dor escondida em cada reação.
Que acabou, que é melhor assim,
Evitar a explicação que me faz o fim.
Minto a quem pergunta, escondo o que sou,
Finjo que tudo está bem, mas o vazio é o meu show.
E posso até me disfarçar, fingir que estou bem,
Mas não dá pra ser assim, o vazio é meu refém.
Nem eu acredito em mim, nem o faço crer,
A mentira que conto é o que me faz viver.
E se por um momento, o mundo ouvir,
Nem eu acredito em mim, vou me permitir.
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Autor:
Jpismew (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 11 de janeiro de 2025 19:39
- Comentário do autor sobre o poema: Baseado em uma música do álbum Esquinas de AnaVitória
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 8
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