Em Meio Ao Caos

Em meio ao caos eu me escondo.

Gritos e risos ecoando, 
em minha mente vagando.

Não há escapatória, não há vitóras,
somente a escória.

Aos olhos alheios eu me vejo.

Reflexos abstratos de algo que almejo ter,
alguém que não posso ser.

Longe de tudo existe um piano, 
ao qual sempre acabo voltando.

Então, eu o toco, como se fosse parte de mim.
Os dedos conversando entre sí.

Será que alguém consegue compreender?
Uma voz tão bonita, mas difícil de entender.

O que fazer? O que posso fazer?

Em meio ao caos eu tendo a me esconder.

Outra vez me vejo perdido em meio à multidão.

Peço socorro aos demais, 
porém minha voz o piano a desfaz.

Incapaz e para trás, eu me afogo em solidão.

Patético e abandonado em vão.

Uma vez que ninguém te vê, sua existência acaba por desaparecer.

Em meio ao caos eu volto a me esconder.