Caem as Lagrimas

kleisson

ouço sobre o chão maltratado pelo som do tilintar das lagrimas

que como dor excruciante pingam no chão amargo sem vida

não há sinal da vida que antes havia

tinha tanto verde

os pássaros ali passavam

 

hoje não vejo mais tais coisas

as lágrimas mancham o chão seco

minhas mãos ardem no sol

o vento árido sopra para o poente

como se fugisse do calor

 

as lágrimas lutam para manter o chão úmido

o calor é tão cruel que as lágrimas desaparecem

como a fé do homem moribundo no deserto

as lágrimas afundam no chão exausto de si mesmo

ele estala e rompe como se lamentasse

 

minhas lágrimas escorrem pelo rosto

e caminho como se houvesse algum lugar para ir

meu corpo busca um pouco de água

 

sofre minha pobre e humana condição

dói estar a pisar

o chão é muito árido

 

as lágrimas pingam como se a chuva fosse não mais possível

ouço os relâmpagos gritarem sobre minha cabeça

as nuvens enegrecem a luz do sol que protesta em sua maldade ao castigar o solo seco

 

as gotas caem sobre o solo e levantam o cheiro de poeira

ando em direção ao caminho que a lugar nenhum leva

que não dá em nada

meus passos são pesados

minhas lágrimas se misturam a chuva

 

caminho até onde está o horizonte

não sei aonde vou 

mas ando para chegar a algum lugar

 

para trás ficam a chuva forte e minhas 

tortuosas lágrimas

caem as gotas da chuva

 

caem as lágrimas

caem as gotas da chuva

caem as lágrimas

caem as gotas

de chuva

e de lágrima

elas caem 

 

  

  • Autor: kleisson (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de janeiro de 2025 00:34
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 4


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