Fantasma da saudade

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Cada vez mais me agrada a ideia de ser
O fantasma que te assombra, sem querer,
Recordando-te, a cada dia, a dor pelo que perdeste,
Aquela perda que na tua alma ainda persiste.

Deixei para trás a ideia de ser teu sinal,
Esqueci a loucura que bordava o teu nome fatal.

Talvez seja vil, mas em mim nasce o prazer,
Ver-te atormentado pela saudade daquilo que deixaste de ter,
Embora tu me tenhas morto primeiro, de forma fria,
Escolhendo-me como presa, sem sequer um rasgo de alegria.

As semelhanças entre nós, agora, vejo claramente,
Primeiro, o nome dela, depois, o amor ausente,
Vês-me em livros que ela também leu,
E cada página te tortura, com o que era teu.

A música que juraste amar, o nome de uma filha,
Era dela, e o futuro que desenhavas naquela trilha
E eu, tola, acreditava no que não passava de ilusão,
Substituta que era, para acalmar tua solidão.

Talvez seja isso que justifique a mentira,
A guerra entre o norte e o que tu chamaste de vida,
Agora, vejo com prazer e dor,
Que assombrar-te é uma vingança, meu amor.

Agora, sou o reflexo do que em ti existia,
Um espelho partido, nas promessas vazias,
E tu, perdido, tentando reviver,
Aquilo que nunca foi meu, mas que me fizeste sofrer.

  • Autor: Lena (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de dezembro de 2024 13:19
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 6


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