Louças

matteeusbarros

Me recordo ainda de folhear teu corpo

Como um livro nunca antes lido

Presunçoso e reprimido

Algo que me leva além do gemido 

A chuva, o frio, o sexto sentido 

Tuas linhas me trazem o final esquecido.

 

Além dos braços que sustentam o abismo

Além das cartas e das bolas de vidro

Residir em ti é o meu abrigo

Sinto além do sentir quando estou contigo.

 

Finalmente as curvas fazem sentido

Sendo assim aquilo que em ti havia escrito

Um mar congelado, território restrito

Mas que goteja por nossas linhas em atrito.

 

O terremoto que põe as louças em perigo

Se fazendo vitrola para o meu disco antigo

Sei que ainda desperto em ti o amor retido 

Mas me contento enfim com o fim

do relativo.

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: matteeusbarros (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de dezembro de 2024 11:46
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.