Promessas vazias

É medo, o que se esconde nas veias,  
nos olhos que se fecham antes do beijo,  
o coração que pulsa forte, mas receia  
que a entrega se perca em algum erro alheio.

Amar é um risco, uma linha tão fina,  
que se rompe fácil, num gesto impensado.  
Já não sei se é paixão ou se é ruína,  
se ao tentar te alcançar, fico perdido, desgastado.

Tu és uma chama que me queima a alma,  
e ainda assim, insisto em me aproximar.  
Mas, quem é que cura essa dor que desalma?  
Quem promete o futuro e sempre faz o passado sangrar?

A cada passo, a confiança é frágil,  
tão tênue quanto o fio que nos liga.  
E me pergunto, se há cura, se é possível,  
ou se todo o amor é apenas uma fuga.

Será que a mudança vem com o tempo?  
Ou é só um ciclo vicioso, sem fim?  
Será que vale a pena, lutar contra o vento,  
ou melhor seria esquecer de nós, enfim?

É o medo, que me faz hesitar em te dar,  
tudo o que sou, tudo o que tenho,  
mas é ele também que me faz voltar,  
e esperar que o erro se torne menos pequeno.

Mas será que eu, já não sou mudança?  
Ou a mudança é um eco que nunca se apaga?