HORA DO DELÍRIO

Feliz daquele que tem ao seu lado um amor,
Que beijou uma alma de donzela
E daquele que jamais sofreu está minha dor,
Que vive ao lado de uma dama bela!

Eu, pobre homem que vivo a sofrer assim,
Solitário em meu leito, de paixão suspirando
Com os olhos rubros, em noites chorando
Por uma alma que não tem piedade de mim!

E como poderei eu desfrutar desta minha vida
Se cada dia me é um penar
E se somente nela eu vivo a pensar
Aquela dama, minha donzela querida!

Fui poeta, foi apaixonado, sofri...
Chorei prantos e lágrimas me caíram
Dos olhos, em sonhos e ilusões, vivi...
De meu peito dores pungentes não saíram!

E neste meu doloroso sofrimento
De um amor não correspondido
Não me há alegria, apenas lamento
Se pudesse aquela donzela atender meu pedido...

Viver de tristes lembranças
É oque me resta, meu Deus?!
Se não concretizam-se os sonhos meus...
E no meu coração faz morrer as esperanças!