EIS A VERDADE...

Feliz daquele que no livro do amor
Teve suas folhas escritas!
E que não sofreu alguma dor
Nem chorou lágrimas malditas!

Feliz daquele que encontrou a mocidade,
Jamais sendo um dia sequer 
Abatido pela infelicidade
De ser desprezado por uma alma de mulher!

Feliz daquele que apertou mão delicada e cheirosa
E deslizou os dedos em lisos cabelos,
Desconhecendo uma noite chorosa,
Sem ter na solidão, pesadelos!

Feliz daquele que fronte linda beijou
Em noite enluarada desfrutou de amor,
Da mais pura felicidade um dia gozou,
Sem ter sentido no peito uma terrível dor!

Feliz daquele que bebeu orvalho de perfumadas flores,
Que dormiu na noite em colo ardente,
No abrasante leito desfrutou de amores
E que nunca chorou solitário e carente!

Quanto a mim, sofro por criatura meiga e bela,
A verdade seja dita, aos leitores eu confidenciarei!
Se eu continuar sendo desprezado por ela
Saibam todos que de amor eu morrerei!